segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

CARNAVAL um outro lado....



CARNAVAL.... direito ao excesso e à fantasia distribuídos igualitariamente.

Para quem não gosta de carnaval, este texto pode ajudá-lo a ter uma outra visão desta festa popular...



No carnaval, o brasileiro tem a possibilidade de “liberdade” e de viver uma ausência fantasiosa e utópica de miséria, trabalho, obrigações, pecado e deveres. É um momento onde se esquece as dificuldades da vida, e mais que isso, de fazer tudo ao contrário. É quando ele pode viver uma experiência do mundo como excesso – de prazer, de riqueza ou luxo, de alegria e riso, do prazer sensual.


O carnaval não escolhe entre ricos e pobres, é uma festa onde todos são iguais, ou podem viver uma significativa experiência de igualdade.

No carnaval, não é mais o trabalho que castiga o corpo, mas o prazer e a “brincadeira”.

Enquanto o uniforme é uma vestimenta que cria ordem e hierarquia, a fantasia permite o exagero e a troca de posições. A fantasia é tanto o sonho acordado quanto aquela roupa que realiza a ponte entre o que realmente somos e o que poderíamos ter sido ou merecíamos ser. A fantasia promove a passagem para outros lugares e espaços sociais, permite o livre trânsito de pessoas por um espaço social que o mundo cotidiano, com suas leis e preconceitos, torna proibitivo. Ela torna possível passar de “ninguém” para “alguém”, de marginal do mercado de trabalho a figura mitológica.

Essa liberdade que coloca as regras diárias de cabeça para baixo é fundamental numa sociedade cuja rotina é dominada pelas hierarquias que a todos sujeitam numa escala de direitos e deveres vindos de cima para baixo, dos superiores para os inferiores, dos "fulanos" que entram na fila e das pessoas que jamais são vistas em público como comuns.


Retirado e adaptado do texto “Carnaval ou o mundo como teatro e prazer” de Roberto Damatta.


7 comentários:

  1. Muito bom este texto... necessário se pensar o carnaval como uma construção cultural da identidade do povo barsileiro... na época da colônia e império... aconteciam as festas religiosas... os "autos". Era permitido aos pobres(negros, indíos e mestiços) participarem das festividades e estes desfilavam as fantasias de reis e rainhas...

    Como compôs Tom Jobim, na letra em parceria com Vinicius de Moraes, A FELICIDADE

    "A felicidade do pobre parece
    A grande ilusão do carnaval
    A gente trabalha o ano inteiro
    Por um momento de sonho
    Pra fazer a fantasia
    De rei ou de pirata ou jardineira
    e tudo se acabar na quarta feira"

    Ah e parabéns pelo Blog e a ótima socialização de texto do Prof. Marcos.
    bjos e É caranaval....
    Vanesssa Domingues- Prof² de história e Sociologia

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  2. Foi muito inteligente da sua parte.

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  3. adorei entrar neste blog eu gosto de ciências
    13 de abril ana.

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  4. Adorei as poesias falando sobre o tempo,foi muita criatividade parabéns.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. achei muito legal todas as postagens

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  7. EU GOSTEI DAS POESIAS QUE VORAM ESCRITAS

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